Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de pessoas com índice de massa corporal (IMC) a partir de 30 aumentou significativamente nos últimos 10 anos. A população brasileira em situação de obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, ou seja, um aumento de 60%. Ao mesmo tempo, cresceu também a quantidade de hipertensos e diabéticos.

Segundo o médico Giorgio Baretta, especialista em cirurgia bariátrica, atualmente mais de 20 patologias estão associadas à obesidade e podem levar à morte. O obeso tem risco maior de morte cardiovascular do que a população em geral, por isso, é necessário reduzir o peso para diminuir as chances de complicações associadas, como quadros de hipertensão, enfarte e derrames. “Não se trata de uma questão estética, mas sim de qualidade de vida. Fato este que tem levado as pessoas a buscar maneiras para tratar a obesidade”, relata o médico.

Além das opções de cirurgias bariátricas, os pacientes contam cada vez mais procedimentos menos invasivos. “Uma das novidades é a endosutura gástrica, técnica realizada por endoscopia, ou seja, pela boca, sem cortes, que oferece rápida recuperação ao paciente, o qual recebe alta hospitalar no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte”, explica Baretta.

Ele conta que a técnica é utilizada em obesos grau I, isto é, com índice de massa corpórea (IMC) maior que 30 kg/m2 (resultado obtido pelo peso da pessoa dividido pelo quadrado da altura) e também em pacientes obesos nos graus II e III (mórbidos) que não desejam, ou não tenham indicação ou condição clínica para serem submetidos a cirurgia bariátrica. “A endosutura gástrica pode ser indicada também para pacientes já submetidos a cirurgia bariátrica tipo Bypass Gástrico e Sleeve (gastrectomia vertical), com reganho de peso e dilatação do reservatório gástrico (pouch e anastomose)”, complementa.

Segundo o médico, o procedimento é rápido, eficaz, pode ser repetido se necessário, a alta hospitalar é precoce e há baixíssimo índice de complicações. Além disso, “não é feita a retirada de nenhuma parte do estômago, apenas pontos internos reduzindo sua capacidade volumétrica. Já quanto ao resultado, a estimativa da perda de peso gira em torno de 15 a 30% do peso inicial’, destaca o especialista.

A técnica – O médico explica que a endosutura gástrica consiste em fazer pontos dentro do estômago por meio de endoscopia reduzindo sua capacidade e levando o paciente a uma sensação de saciedade mais precoce e duradoura.

Equipe multidisciplinar – Assim como nas cirurgias bariátricas, na endosutura gástrica o acompanhamento com nutricionista, psicológico, endocrinologista e a atividade física são fundamentais para ter um resultado melhor e mais duradouro na perda de peso.

Doenças relacionadas à obesidade: diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronária, osteoartrites, doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação), asma grave não controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão.

Escrito pelo Dr. Giorgio Baretta, especialista em cirurgia bariátrica / Site: posfg.com.br
By |2019-05-08T15:10:52+00:00maio 8th, 2019|Sem categoria|